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quinta-feira, abril 28, 2011

Reflexões a Partir do Comentário Sobre o Vídeo.

Postei este vídeo do Chiclete com Banana cantando Voa Voa no youtube que eu apareço e que é o vídeo mais visto do Chiclete com Banana. E recebi o seguinte comentário de um sujeito no meu vídeo:

Vocês são 100% idiotas, agradeço a Deus por ter coisa ruim como essa, para dar valor a minha sagrada música. o que essa porra faz não é e nunca será música, o que esses panacas fazem é animar festa, para um bando de burguesinhos e pobres "metidos" , que não sabem nem por que estão ocupando espaço nessa maldita terra, esse é o caminho mais fácil para a ignorancia, a pobreza mental moral e cultural. tenho pena de vocês. vocês não tem nada de novo, são pessoas desinteressantes e irritantes.
Essa foi a resposta que ele recebeu de uma ex-namorada minha:
Acredito que não há nada de mais interessante do que a sua singularidade, sua capacidade de agir e reagir ao mundo de acordo com a sua percepção, seus gostos e identificações, as relações humanas se produzem assim: a partir do encontro de singularidades.
Desta maneira, não creio que a intolerância, o preconceito e a arrogância sejam caminhos que possibilitem as relações humanas. Reconhecer as singularidades, respeitar as diferenças e as escolhas dos sujeitos, além de princípios constitucionais são principio de sobrevivência.
Numa Democracia, e continuo acreditando que vivemos em uma, a possibilidade de manifestação do desejo e das opiniões é legítima. A História da humanidade mostra quantos crimes religiosos, políticos e raciais já foram cometidos em nome de uma pseudo-superiodade que não tolera as diferenças e crê ser a única representante da "verdade".
Diante do comentário feito, e dos preconceitos sociais e culturais manifestados através do mesmo, gostaria de lembrar que antes de classificarmos uma música como boa ou ruim, precisamos notar que por trás dela existem pessoas, gostos e singularidades. Existem compositores, letristas, produtores, técnicos de som, divulgadores, seguranças.. e o público... todos brasileiros, trabalhadores, empregados e empregadores, pessoas que ajudam a movimentar a economia do país através de uma atividade Legal , honesta e avalizada pelo poder público.
E quanto ao fato de somente "animarem a festa", acho que com tantas mazelas sociais há quem necessite de um momento de diversão, de encontro com os amigos e de socialização, e o povo brasileiro necessita disso, sim... necessita do Carnaval, do Maracanã lotado onde as classes sociais se misturam e dividem o mesmo pedaço de cimento de uma arquibancada, necessita do Reveillon de Copacabana, onde credos e crenças se misturam, onde pobres e ricos, eruditos e populares olham para o céu em busca de esperança e de um futuro melhor...
Acredito que viver vale a pena, que Socializar é preciso, e que discriminar, não é preciso.
Sartre nos diz que o inferno é o outro, mas é no encontro com o outro que existimos e que nos reconhecemos como sujeito. Prefiro o inferno do convívio com o outro, do Maracanã lotado, do som contagiante das baterias de escola de samba, dos rumores dos atabaques da Bahia e da multidão atrás dos Trios, do que a calmaria do paraíso que aprisiona, exclui e afasta o outro, que nos encarcera em apartamentos "seguros", fazendo conhecer o mundo através de uma tela de computador ou de t.v.
Viver é mais, é ser livre para fazer escolhas, e experenciar a realidade, cabe a cada um decidir se deseja viver como um réquiem triste da morte ou no compasso acelerado da vida, repleto de variações, acordes, tons e semi-tons que dão um colorido especial a essa linda e rica harmonia chamada vida.
Valeska Karrer

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